Em janeiro de 1975, eu e mais dois grandes amigos, Valter e Tininho, resolvemos fazer uma viagem “easy rider” (sem destino) no fuscão novinho do Valter. Vendemos umas porcariadas que tínhamos e conseguimos juntar uma boa grana, que ficou aos cuidados do Vagner, o mais responsável do trio.
Era uma sexta-feira à tarde quando saímos de São João, com a intenção de chegarmos a Foz do Iguaçu pela manhã mas, dormimos em Cascavel, na única pensão decente que encontramos, onde o Tininho conheceu e encantou-se com a dona da pensão. No dia seguinte anunciou que não seguiria viagem: “Fico esperando por vocês, na volta!”
Nada o demoveu da idéia e seguimos viagem. Hospedamos-nos no hotel Monalisa, muito chic, e situado próximo às cataratas.
Dois dias depois, nosso amigo juntou-se a nós, meio jururu pois que a mulher desencantou-se rapidamente de seus dotes, despachando-o, via rodoviária, para Foz..
Ficamos por ali durante uma semana, como gente rica e aconteceu de conhecermos três hóspedes argentinas; morenas vistosas e dadivosas: Viviana, Mônica e Sara Cláudia. Logo rolou romance entre nós, menos com o coitado do Tininho.
Escolheu a Sara Cláudia que o apelidou de tomatito putrefato (ele era gordinho e vermelho) e só queria sua companhia para jogar baralho, a dinheiro: “Ahora vamos a juegar veinte e uno, o entonces, casita robada (rouba monte)” _ determinava ela. Ou então: “Ola, tomatito mio, esta noche quiero irme al casino de Ipacaray a girar la roleta!”.
E o Tininho acompanhava, pagando-lhe todas as jogadas e as taças de Gancia, uma bebida fortíssima e horrível, que ela tomava como se fosse água.
No sábado, pela madrugada, deixamos o hotel, rumo à Curitiba mas, na saída, encontramos as três castellanas esperando-nos com as mochilas prontas para seguirem conosco.
Queriam conhecer um pouco do Brasil, diziam elas. “Puedem llevarnos hasta Curitiba, después quedaremonos allá, por favor!”
Queriam conhecer um pouco do Brasil, diziam elas. “Puedem llevarnos hasta Curitiba, después quedaremonos allá, por favor!”
Não sei o que deu em nossa cabeça mas enfiamos as três mulheres no carro e partimos. Não andamos nem cinco quilômetros quando ouvimos a sirene da polícia atrás de nós. Pudemos perceber que junto com o policial vinha o japonês, gerente do hotel, acenando para que parássemos.
Fomos todos para a delegacia e lá soubemos que as três eram aventureiras, deixadas no hotel pelos amantes que fugiram sem pagar a conta. Elas estavam detidas no hotel há quase um mês, juntando algum dinheiro, em programas, para pagarem o japonês.
Desfeito o rolo, seguimos viagem rumo à Curitiba, entre assustados e divertidos. O resto das aventuras, conto depois e como o "causo" de hoje foi meio picante, vou acrescentar uma receita de um tempero, também picante, utilizado para temperar carnes grelhadas ou o famoso bife de chorizo argentino.
CHIMICHURRI : 6 dentes de alho picados; 1 colher (sopa) de salsinha picada; 1 colher (sopa) de tomilho; 1 colher (sopa) de orégano; 1 colher (sopa) de manjericão; 1 colher (café) de pimenta calabresa seca ou páprica picante; 1/2 colher (café) de pimenta-do-reino moída; 1/2 colher (café) de estragão; 1 colher (café) de colorau e 1 colher (chá) de sal grosso triturado.
Misture todos os ingredintes, podendo ser consumido seco ou hidratado (1 colher de azeite de oliva, 1 colher de água e 1 colher de vinagre tinto). Deixar descansar por algumas horas e esfregar sobre a carne antes, durante ou depois de grelhada.
Caro amigo João!
ResponderExcluirSerá que as "bondosas" argentinas são amigas das portenhas Guadalupe e Soledade!
Caloroso abraço! Saudações viajantes!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP
hummmmmmmm então és um Che ,ao invés de Diário de motocicleta temos um João no fusquinha .Seu amigo ficou em Cascavel?A dona da pensão era tão bela que ele nem quiz conhecer as Cataratas?O que aconteceu com êle?Vai demorar muito para postar o resto da história?
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