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domingo, 29 de agosto de 2010

EASY RIDER - PARTE II (CURITIBA)

 Dando sequência a nossa aventura "On the Road By Fusca", paramos no Parque Estadual de Vila Velha que fica a 80 Km distante da capital do Paraná. A atração do parque são os blocos de arenitos alí existentes há mais de 300 milhões de anos e esculpidos, ao longo dos séculos, pela ação da água e dos ventos. As "esculturas" de arenito avermelhado são maravilhosas e tomam as mais diversas formas; essa da foto é a famosa "Taça de Vila Velha". Foi na lanchonete do parque que conheci uma paulistinha linda, chamada Celeste que viajava acompanhada de sua mãe e da irmã mais nova.
 Por entre as trilhas e cavernas, demos alguns "amassos" (gíria da época) e ofereci meus préstimos como motorista até Curitiba, já que a pobrezinha aparentava cansaço. Meus amigos ficaram de nos esperar na entrada de Curitiba: "Naquela entrada cheia de hortências", instruiu-me o Valter. Mas o que ele não disse foi que a cidade é rodeada dessas flores e ficamos procurando-os até o anoitecer. Como elas tinham que seguir viagem para São Paulo, deixaram-me no centro, preocupadas comigo e para acalmá-las, menti que sabia onde era o hotel em que ficaríamos hospedados, podendo chegar até lá de táxi.
 Lá fiquei eu, sem lenço nem documento, sentado num banco de ferro da famosa Avenida das Flores e entregue à Providência Divina. O quê fazer?! Não sabia o nome do hotel e naqueles bons tempos não existia essa "praga necessária" chamada de celular. Àquela hora, o calçadão estava lotado de turistas que entravam e saiam das lojas e bancas.   Apesar de minha aflição, pude notar,  dentre um bando de turistas idosas,  uma pessoa semi-agachada que levantava algumas sacolas do chão.
"Meu Deus, parece-me que eu já ví aquela bunda!", pensei. Quando aprumou-se, tive a certeza:  "É a bunda do Caruzzo."
  Ele, solteirão aposentado, promovia excursões com a turma da "Velha Guarda" de minha cidade. A caminho de seu hotel, arfante pelo peso das sacolas e de seu enorme traseiro, ele me dizia: "A mais velha das coroas está aniversariando; se você quiser, poderá participar da festinha e tentar descobrir, ainda hoje, o paradeiro do seus amigos, pois amanhã cedinho partiremos para Foz do Iguaçu." 
Após alguns telefonemas às recepções dos hotéis do centro, consegui localizar meus colegas que chegaram putos da vida comigo mas logo relaxaram e entraram na festa.
 Ficamos quatro ou cinco dias em Curitiba, onde engordei uns dois quilos de tanto degustar as massas nos restaurantes de "Santa Felicidade", um bairro de imigrantes que preserva muito da cultura dos italianos vindos, principalmente das regiões de Vêneto e Trento, no norte da Itália. E para relembrar aqueles dias de fartura, vou apresentar uma receita muito fácil, de sabor marcante 
 CONCIGLIONI AO MOLHO ESCURO:1 kg de maminha ou lagarto; 1 cerveja Caracu (cerveja preta); 1 lata de molho de tomate(tipo pomarola); a mesma lata com água; 1 pacote de "sopa de cebola" e 1 caixa pequena de polpa de tomate (tipo pomodoro). Refogue a cerveja, a água, o molho de tomate, e a "sopa de cebola". Acrescente a peça de carne inteira, a polpa de tomate e deixe na pressão por cerca de 40 minutos. Quando estiver macia, retire a carne (que é servida à parte) e deixe o molho apurar mais um pouco. Na hora de servir, despeje o molho sobre o conciglioni (aquele macarrão que parece um caramujo) pré cozido em bastante água e sal. Espalhe queijo parmezão ralado por cima.

Um comentário:

  1. Caro amigo João!
    Nesta segunda parte da sua saga como turista, você trouxe à baila a necessidade dos telefones portáteis em situações de desencontros e me fez refletir como ficamos dependentes desta fantástica tecnologia de comunicação sem fios, que mudou nosso modo de vida!
    Caloroso abraço! Saudações comunicativas!
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Diadema-SP

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