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"Crenças e Desavenças" - Editora Baraúna
"Qual será o Sabor da crônica?" - Editora Baraúna
Cada título contém 40 crônicas e pequenos contos de pura alegria com o mesmo número de receitas "que dão certo". Pedidos através:
www.editorabarauna.com.br - www.livrariacultura.com.br - jbgregor@uol.com.br

domingo, 29 de maio de 2011

SEGUIDORES E GALINHADA

Bom domingo, meus amigos!

Ôpa, a lista de seguidores voltou!!

Sendo assim, vou ensinar a vocês a "galinhada" que estou fazendo nesse momento, para o almoço deste domingo, anotem aí:

 Galinhada Caipira: Mate uma galinha caipira (das grandes). Retire toda a pele e excesso de banha. Deixe descansar, por algumas horas no seguinte tempero, batido no liquidificador: 2 cebolas, 5 dentes de alho, 1 maço de cheiro verde, 1 folha de louro, sálvia, 1/2 copo de vinagre, 1/2 copo de água, pimenta e sal à gosto.
Numa panela grande e grossa, frite pedaços de bacon em 2 colheres de óleo e 1 colher de manteiga.. Adicione 1 colher (chá) de açafrão (eu uso o açafrão espanhol, em pistilos), dissolvido em um pouco de água morna. Junte os pedaços da galinha e frite bem, para que peguem cor. Vá pingando água quente aos poucos, até a carne ficar macia (talvez seja necessário ligar a pressão por alguns minutos), Junte à galinha, 3 tomates e 1 pimentão vermelho (pequeno) picados e sem as sementes. Dê uma refogadinha, junte o arroz e frite mais um pouquinho.
Água fervente, suficiente para cozinhar o arroz (2 dedos acima). Verifique o sal e cozinhe em panela semi-aberta. A galinhada tem que ficar um pouquinho úmida e no final, espalhe por cima salsa picadinha.
Acompanha uma salada de folhas.
Obs: a foto não é minha; foi copiada do Blog "Comer Bem é Nosso Tema"

sábado, 28 de maio de 2011

A GENY

O corpo da Geny era gozado! Parecia uma pera: estreito em cima, grande e redondo em baixo... Era diarista, daquelas bem preguiçosas que somente trabalhava quando dava vontade ou quando estava com alguma prestação atrasada. 
O marido, Divino, carregava sacos em um lavador de batatas.


Antes de se casar, ela ainda era interessante, tipo "boazuda", com a cintura bem fina e quadris largos. Seu apelido era Geny tanajura (aquela formiga bunduda). Por isso, ninguém entendeu quando se casou com o Divino, tão raquítico e sem graça. 
Com o passar dos anos, seu rosto ainda mantinha algo de beleza, mas o corpo virou aquele brejo, com celulites até no dedão do pé...


Tiveram um filho, bem lourinho, muito embora o casal fosse moreno. O povo comentava coisas, mas o Divino não se importava e foi um bom pai. Seu único defeito era beber demais nos finais de semana.
Ver imagem em tamanho grandePassava o sábado inteiro no bar e aos domingos, bebia todas, enquanto assava alguma coisinha para a família. Acomodava o isopor, com cervejas geladas, sobre o tanquinho da esposa e ali ficava até o final da tarde, grelhando tudo quanto era inho ou inha: asinha, fraldinha, coraçãozinho, linguiçinha, costelinha...


Numa dessas tardes, enquanto ele bebia no quintal e a família assistia ao programa "Domingão do Faustão", um ladrãozinho entrou pela janela do quarto. 
Quando a Geny percebeu o vulto, começou a gritar: 
_ Divino! Pega o ladrão... Tá levando minha bolsa!


   O pivete passou rente ao Divino, sem que o mesmo desse conta do que estava acontecendo mas, ao pular o muro, enroscou a bermuda no arame, deixando cair um de seus chinelos. Quando a mulher chegou no quintal, avistou o marido enfiando o chinelo no pé do larápio e ajudando-o a pular o muro.


O Divino perdeu o emprego, recebendo bastante dinheiro com a indenização e o Fundo de Garantia. A Mulher comprou um computador e guardou o resto do dinheiro na poupança. A partir de então, enquanto o marido ficava quase todo o tempo no bar, ela navegava na Internete.


Pelas salas de "bate papo", acabou por conhecer um turco, chamado Aziz. Ele ficou interessado pelo rosto da Geny, chamando-a para passar uns dias em seu apartamento. Doida por aventuras, ela sacou todo o dinheiro do marido e num domingo, mandou-se para São Paulo.


Antes de sair com as malas, ainda foi dar uma última espiada no marido, que acendia a churrasqueira. Ele, já bebum, olhou bem para ela e pediu:
 _ Ô bem, vá fazer um vinagrete, bem caprichado!


O Aziz somente conheceu a Geny do pescoço para cima, pois ela nunca abaixava a Câmera para mostrar o corpo e quando ele abriu a porta, levou o maior susto: _ Você não ser Geny... Aziz non gostar de ser enganada! 
 Além de tarado, o turco era esquizofrênico e sádico. Prendeu a mulher no quarto por uma semana, a pão e água. Com uma faca afiada, ele ameaçava cortar-lhe o nariz e os seios. 
Toda tarde, ela era amarrada, nua, aos pés da cama e levava a maior sova de chicote:     
_ Mulher mentirosa e adúltera, tem que levar chibatada bára abrender!
Ela quase foi morta, em nome de Alah... 


Numa manhã de domingo, depois de ter torrado todo o dinheiro dela, em um cassino clandestino da Avenida Rio Branco, Aziz colocou-a em um ônibus, de volta às origens.

Geny chegou em casa, com a mesma roupa no corpo, completamente zonza e debilitada. Ficou mais de uma hora, na esquina, com medo de enfrentar o marido: "Meu Deus, escapei do turco mas, agora, o Divino me mata!"


 Criou coragem e entrou, bem de mansinho. O marido estava lá, da mesma maneira em que ela o viu da última vez: bêbado e assando linguiças. Ele olhou para a esposa, piscou duas vezes e enrolou as palavras: _ Buta que bariu, ainda não fez esse vinagrede!! 


Em vez de torrar as coxinhas de frango na grelha, é melhor fazê-las no forno, crocantes, anote aí que é bem fácil:
 COXINHAS DE FRANGO CROCANTES: tempere as coxinhas (sem as asas) com sal, azeite, molho inglês, pimenta, cebola e alho batidinhos e meio copo de água. Deixe pegar tempero. Disponha as coxinhas na forma, com um pouco do tempero. Espalhe farinha de trigo por cima de todas, e deixe assar, em fogo médio, até ficarm douradas e crocantes.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

SEGUIDORES

Uai! Por que será que minha lista de seguidores sumiu da página?!
Alguém sabe responder-me?

Se bem que, como disse o Ney Matogrosso, esse negócio de "seguidores" parece uma seita! kkk
Abs

sexta-feira, 20 de maio de 2011

OS FIGOS DE MAMÃE

 Nos ultimos anos em Brasília a ditadura não mais existia, porém, imperava a inflação tresloucada. Para dar conta de criar 4 filhos naquela cidade, onde tudo era mais caro, tive que manter uma atividade paralela: vendedor de jóias, das 7 às 12 horas e bancário das 13 às 21 horas. 
Trabalhava na matriz do Banco, como assessor de um diretor que só cumpria sua jornada de trabalho nesse horário.

Eram jóias caríssimas que a Neusa Farid, uma amiga minha, cliente antiga das grandes ourivesarias de São Paulo, pegava em consignação nessas fábricas e repassava para mim. No começo eram algumas peças apenas e no final acabei por vender mais que ela. 


Nas sextas-feiras, tomava um ônibus leito às 23 horas e chegava em São Paulo pela manhã. Daí seguia, ainda de ônibus, até minha cidade natal a fim de prestar contas com a Neuza e renovar os mostruários de jóias. Aproveitava para almoçar com minha mãe e curtir um pouco os parentes, retornando a São Paulo, já à noite.


 Numa ocasião, eu perdi o ônibus-leito para Brasília e tive que seguir em outro, convencional. Fui amaldiçoando, pois a viagem era horrível, mais de doze horas espremido naquele calor danado e sem poder dormir.

Quase de madrugada, já no interior de Goiás, o motorista parou na beira da estrada para recolher os passageiros do ônibus que eu havia perdido: Foram assaltados por uma quadrilha de bandidos que levaram tudo o que tinham de valor!
Um dos assaltantes estava como passageiro e os outros dois vinham atrás, em uma caminhonete.


Apesar do sufoco com a superlotação, abracei minha sacola de jóias e agradeci à Providência Divina por ter-me feito  perder o primeiro ônibus. 


 A Partir daí, passei a viajar somente de avião, acrescentando as despesas com passagens no preço das jóias.


Eu era muito abençoado pois em outra ocasião quase me ferrei, também: Vindo de minha cidade, eu costumava tomar o metrô para a Praça da República, onde havia uma agência de ônibus executivos que me levavam até ao aeroporto.
Certa noite, descí naquela praça com duas sacolas iguaizinhas (de lona xadrez verde): uma com vários potes de doces caseiros, que minha mãe sempre fazia para a gente e a outra com as jóias. 


Nisso, fui abordado por dois pivetes "estiletados" pedindo minhas maletas. Olhei para os estiletes, pensei nas jóias que nem eram minhas e... saí correndo, gritando... Coisa de doido!
  Uma das maletas foi arrancada de meus ombros e adivinhem qual foi?


O ladrãozinho deve estar comendo o doce de figos de minha mãe até hoje e eu, burro, não sei como ainda estou vivo! 
Mas toda essa estória para passar para vocês a receita do Arroz com Castanhas e Uvas Passas, a qual me foi dada por Neusa Farid, minha amiga fornecedora das jóias.


 ARROZ COM CASTANHAS E UVAS PASSAS:  Refogar em duas colheres de manteiga, dois dentes de alho em rodelas, 50 gramas de uvas passas pretas e 1 xícara (chá) de castanhas de caju torradas e moídas. Juntar 1 xícara (chá) de arroz, acrescentar água fervente suficiente (mais ou menos dois dedos acima do arroz) e sal, deixando cozinhar em fogo baixo. Quando estiver quase pronto, espalhar salsinha picada por cima e abafar a panela. Servir quente.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O GARÇON DO FUNCHAL

 Voltando ao Luizinho (leia antes os dois posts abaixo), para completar uma trilogia sobre sua vida: Quando adolescente, lá em Borda da Mata/MG, ele recebeu o apelido de"cano curto" por conta de seus diminutos dotes sexuais. Morria de complexo e por isso não tomava banho e nem fazia "xixi" perto de ninguém. 

 Os colegas, impiedosos, faziam a maior gozação e as poucas garotas com quem mantinha contatos mais íntimos fugiam dele e ainda espalhavam para as outras: "Coitado, não faz nem cócegas!"

 À época ele ainda mantinha dúvidas sobre sua identidade sexual e por isso, tentou namorar uma menina bem "inocentezinha", de cabelos compridos, evangélica e recatada. Ele raciocinou: "Se ela é pura mesmo, nunca viu um e não sabe que existem maiores..."
Depois de alguns meses de namoro e muitas tentativas de contatos sensuais, conseguiu, nervosamente, colocar "o negócio" na mão dela.
.
 Imediatamente a moça largou aquilo e meio que enojada, declarou:"Espingardinha ruim essa tua, hein?!" Foi sua última tentativa hétero e logo em seguida, meu amigo mudou-se para São Paulo e virou "Luiza Felpuda"


Bem, depois do episódio do casaco de antílope, fiquei uns trinta anos sem ver o Luizinho até que o encontrei numa festa de confraternização de nossa empresa em Piracicaba. Foi aquele auê: 
_Joãozinho, há quanto tempo, você continua do mesmo jeeeito! (mentiroso!!)


  Percebi que ao seu lado estava um senhor de barbicha branquinha que me olhava curiosamente. 
Perguntei ao Luizinho: _E você, meu caro, continua aprontando? 
_Que nada, tô sossegado, aliás, deixe-me apresentar-lhe o Cabritas; estamos juntos há quase trinta anos...  Ao cumprimentar o cara e ouvindo seu forte sotaque luzitano, veio-me à mente a estória: "João, ele é linnndo e virá para São Paulo na próxima temporada..."
 Deixei escapar o assombro: _Meu Deus, esse é o garçon linndo do Funchal?!
 Ele respondeu meio que se desculpando: _Ele mesmo; os anos passam, ...


  Olhando para o cara ainda refleti: "Pode ter sido bonito, mas agora tá mais prá bode velho do que para cabritas..."
E de tanto falar em antílopes, bodes e cabritas, para ficar no clima, vou ensiná-los a fazer o melhor carneiro à caçadora do mundo! (Essa receita também serve para coelho e cabrito).
 CARNEIRO À CAÇADORA :  Para o cozido - 3 Kg de carneiro, cabrito ou coelho novos (8 meses, mais ou menos) em postas; 2 latas de ervilhas (prefiro pacotes de ervilhas semi congeladas); 1 kg de batatas (cortadas em 4), 1/2 kg de cenouras em rodelas; 1 kg de tomates (sem sementes) cortados em 4; 12 mini cebolas inteiras; 2 pimentões em cubos e azeitonas pretas. Se quiser, pode acrescentar favas cozidas e escorridas.
Para o tempero - Tempere os pedaços de carne com sal, azeite e algumas folhinhas de alecrim. Deixe a carne de molho (de um dia para o outro) na seguinte marinada, batida no liquidificador : 3 cebolas grandes; 1 cabeça de alho; 1 galhinho de manjericão; folhas de hortelã, de sálvia; 3 folhas de louro; 1 molho de salsa e cebolinha; 1 copo de vinho branco seco; 1 copo de água; 1 copo de vinagre branco; 1/2 vidro de molho inglês ou shoyo e pimenta a gosto. No outro dia, frite as postas de carne numa panela grande, até ficarem bem douradinhas. Escorra o excesso de gordura (importante!) e cozinhe, acrescentando água fervente, aos poucos e até ficarem bem macias. Junte os tomates, as mini cebolas, os pimentões e as azeitonas. À parte, cozinhe em água  sal as batatas e as cenouras. Junte esses legumes, mais as ervilhas, à panela e misture tudo, de leve para não desmanchar os legumes. Sirva com arroz branco.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O ANTÍLOPE

 Ainda sobre mu amigo gay, o Luizinho do post abaixo, numa de suas férias, resolveu fazer um cruzeiro marítimo. Vendeu suas licenças-prêmio, juntou com o 13º salário e se mandou para Buenos Aires, à bordo do "Funchal", velho e suntuoso navio português.
 Viajou durante uma semana e voltou radiante pelo passeio maravilhoso, pelo namorado português que arrumou (um garçon do navio de sobrenome Cabritas) e  pelo casaco de pele de antílope "ca-rís-si-mo" que comprou. Disse-me ele: "Ái, Joao! Ele tem uns 35 anos, peludo e linnndo!!" 
Eu perguntei, malicioso: "Quem, o casaco?" Ele bateu os pés e respondeu: "Não, o Cabritas! Ele é separado da mulher e disse-me que na próxima temporada, vem a São Paulo para ficar uns temos comigo. Dei prá ele um casaco igualzinho ao meu, cor de tabaco."
 Depois do incidente com o furto do Roskopf (vide post anterior) ele resolveu esconder o casaco de antílope na estufa do velho fogão DAKO que tinha. Estufa é uma espécie de gaveta que os fogões mais antigo possuiam, logo abaixo do forno. E lá ficou o casaco, até que numa bela manhã de sábado ele resolveu assar um bolo mineirinho. Acendeu o forno e foi tomar banho.
 Ao sair do chuveiro, sentiu um cheiro de borracha queimada: "Acho que a ducha queimou" pensou ele... mas da sala, o cheiro estava mais forte ainda e ele apavorou-se. Enrolou a toalha abaixo das axilas (macho que é macho, enrolaria a toalha abaixo da cintura) e saiu, corredor afora, gritando: "Genten, o COPAN tá pegando fogo!!"
 Como estava recente, ainda, na memória ds paulistanos as tragédias de incêndio com os edifícios  Andralls e o Joelma,  os vizinhos sairam dos apartamentos assustados. Ao lado de Luizinho, morava seu amigo, também do ramo que gritou para ele: "Amiga, porquê você está gritando feito uma gazela ferida?!" O Luizinho rebateu, histérico: "Mona, você não está sentindo o cheiro? É incêndio!!!" 
 O amigo, com as duas mãos no coração, avisou: "Bicha, a fumaça tá saindo do seu A.P.!" Para lá acorreram todos e antes mesmo de encontrar o foco do incêndio,meu amigo já adivinhara:"Meu Deus, queimei o meu antílope..." _ Esse cara é doido!", pensaram, "...será que está assando um antílope?!.
O casaco, cor de tabaco que era, virou cinzas calcinadas... E, segue a receita do "Bolo Mineirinho"
 BOLO MINEIRINHO: 1 XÍCARA (CHÁ) DE MILHO VERDE; 1 XÍCARA (CHÁ) DE AÇÚCAR; 1/2 XÍCARA (CHÁ) DE MANTEIGA OU MARGARINA; 2 OVOS INTEIROS; 1 XÍCARA E MEIA (CHÁ) DE FARINHA DE TRIGO; 1 COLHER (SOPA) CHEIA DE PÓ ROYAL ; 1/2 XÍCARA (CHÁ) DE LEITE  E 1 PIRES DE QUEIJO RALADO.  TRITURE O MILHO COM O LEITE NO LIQUIDIFICADOR E RESERVE. BATA O AÇÚCAR COM A MANTEIGA NA BATEDEIRA, ATÉ ESBRANQUIÇAR. JUNTE OS OVOS E BATA BEM. ACRESCENTE O MILHO BATIDO, A FARINHA E O PÓ ROYAL. BATA ATÉ FORMAR UMA MISTURA HOMOGÊNEA E MISTURE O QUEIJO RALADO. ASSE EM FORMA INGLESA (DE BURACO NO MEIO) UNTADA E ENFARINHADA POR MAIS OU MENOS 30 MINUTOS, EM FOGO ALTO.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O LUIZINHO

 Quando trabalhei em São Paulo, tinha um amigo "gay" (quem nunca teve um, que atire a primeira pedra!). O Luizinho morava no Edifício COPAN, no centro de São Paulo e trabalhava comigo na Seção, de "Informações Gerais". Enquanto eu ficava na mesa, dando informações mais detalhadas, ele ficava em pé num balcão em forma de ferradura, ouvindo música (era o tempo das fitas K-7 BASF) e dando informações sem emitir uma palavra: se o cliente perguntasse onde era o Caixa, ele apontava para a esquerda, com sua caneta BIC; O Jurídico? ele apontava para a direita. E assim era o dia todo.
 Suas noitadas eram quentes e por isso estava sempre sonolento no trabalho. Prá se ter idéia, seu apelido no prédio era "Luíza Felpuda" pois era bastante hirsuto (procure o dicionário...) e morava em plena boca do pecado (esquina da Av Ipiranga com a São Luiz, tendo a praça da República ao lado). Tinha a mania de colecionar relógios antigos e gastava todo seu salário na compra dessas antiguidades e no pagamento dos "bofes" (rapazes de programa, da época).
 Economizava nas roupas e comida, sendo suas refeições, invariavelmente, lanches e salgadinhos vendidos na Praça da Sé ou então os famosos macarrõezinhos "MIOJO" (recém lançados).
 Certa manhã, chegou ao trabalho bastante triste e nervoso e desabafou comigo: "João, ontem dormi com um cara que acabou levando meu roscófe embora!" Achei que era brincadeira obscena dele mas ao mesmo tempo fiquei na dúvida, já que estava tão nervoso. Perguntei-lhe: "Mas como é possível alguém levar o roscófe da gente?! Por acaso o teu é removível?" Ele foi ríspido na resposta: "Não vem com brincadeira não, estou puto da vida pois aquele relógio era de 1883, caríssimo e com mostradores de ouro!"
Foi daí que ele me explicou que "ROSKOPF" era a marca de um famoso relógio suiço, inventado por um alemão chamado Georges Roskopf.
E já que stamos falando em invenções de alemão, vou passar uma receita de Torta Alemã finíssima, para grandes ocasiões:
 TORTA ALEMÃ:  Recheio: 2 pacotes de bolachas ao leite (Maizena); 6 gemas; 2 xícaras (chá) de açúcar; 500 gr. de margarina cremosa (sem sal); 4 latas de creme de leite (sem o soro); 300 gr. de uvas passas.
Cobertura: 1 lata de creme de leite (sem soro) e 5 colheres (sopa) de Nescau. Levar ao fogo até dar o ponto de brigadeiro e reservar.    Forrar o fundo e os lados de uma forma de aro e fundo removível com as bolachas umedecidas no soro do creme de leite. Na batedeira, bater as gemas e o açúcar até obter uma massa esbranquiçada. Acrescentar a margarina e bater bastante, obtendo uma massa cremosa. Colocar as 4 latas de creme de leite gelado e bater rapidamente. Por último, misturar as uvas passas, colocar o recheio na forma, cobrir com  restante das bolachas umedecidas e levar ao congelador até ficar bem firme. Desenformar a torta (retirando o aro) espalhar a cobertura de chocolate. Enfeitar com cerejas.