No Reveillon de 2001, estava nos Estados Unidos, na casa de minha filha. Havia dias que nevava e ventava muito, fazendo um "frio de congelar rabo de cachorro!" Fui incumbido de preparar o assado e a sobremesa para a ceia de "Ano Novo"e logo de manhã comecei os preparativos. Enquanto eu assava o bolo, saia a todo momento para fumar (sou inveterado) e admirar os enormes flocos de neve que caiam mansamente.
Antes de sair para o trabalho, minha filha deu-me duas recomendações: não falar com os vizinhos pois que eles não se "bicavam" e tomar cuidado com o sistema de alarme pois qualquer fumaça ou calor maior acionaria o corpo de bombeiros e se o alarme fosse falso, teríamos que pagar uma multa de 300 dólares.(OLHEM O BOLO E AO FUNDO O MAÇO DE MALBORO LIGHT)
"Maldito vício, e agora, que fazer?!" Forcei todas as portas e janelas mas estavam perdidamente cerradas para mim. Tentei proteger-me num chalezinho do quintal onde meu genro guarda seus apetrechos esportivos mas, sem aquecimento, era mais frio que lá fora.
Sai pela rua e entrei no Duty Free da esquina. Comprei um Malboro Light, tomei um café horroroso servido num copo enorme e fiz horas por alí até quando a dona começou a olhar feio. Saí, mesmo porque não tinha mais dinheiro para comprar nada.]
Bem; encurtando a estória, depois de umas três horas fiquei desesperado pois os pés estavam formigando, o nariz e orelhas não podiam ser tocados com perigo de se quebrarem. Olhei para o pequeno vitrô da cozinha e pensei: é melhor comprar outra janela que morrer congelado. No momento em que ia bater a barra de ferro na vidraça, ação que iria me salvar mas inevitavelmente, destruir meu bolo que estava bem embaixo, ouvi o alarme disparando: "Meu Deus, o assado deve estar queimando e enfumaçando a cozinha!"
Assim como Marta, eu pensei, abaixando o ferro: "relaxe e goze..." Em questão de minutos os bombeiros (eram em seis) chegaram, naquele estardalhaço. Antes que esticassem as mangueiras, consegui explicar o ocorrido. Com suas ferramentas, abriram a porta, desligaram o alarme e acionaram o sistema de ventilação. Antes que eles me dessem uma lição de moral ou multa, ofereci um pedaço do bolo que realmente tinha uma aparência apetitosa. Não só aceitaram como devoraram quase o bolo inteiro.
Enquanto entrava na banheira de água quente pensei, aliviado: "Dessa eu me safei mas e agora, como fazer com a sobremesa?" Resolví fazer às pressas um pudim de claras e com as gemas, preparei um quindão que ficaram prontos quando os convivas já estavam chegando.
De qualquer forma foi um sucesso e vou passar as receitas:
QUINDÃO: 12 gemas mais dois ovos inteiros; 3 colheres cheias de manteiga ou margarina sem sal; 2 xícaras de açúcar; 1 pacote de coco ralado (ou Flococo). Misturar todos os ingredientes, sem bater e levar ao forno em forma untada com bastante manteiga e polvilhada com açúcar. Assar em "banho-maria"




Caro amigo João!
ResponderExcluirJá admoestei a lambisgoia da Agrado e disse-lhe ainda que ela pode tirar o "cavalinho da chuva", porque ela ficou sôfrega para "conhecer" os seis bombeiros do tio Sam!!!!
Caloroso abraço! Saudações abrasadoras!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP
Amigo adoro suas histórias!Fiz uma homenagem ao seu livro e suas delícias no meu blog,já viu?
ResponderExcluirBjs.
Oi, Lília, querida! (posso te chamar assim, né/ Com todo o respeito devido).
ResponderExcluirObrigado pela deferência. Vou lá ver...
Abraços
JB
Professor, essa tua amiga é chegado numa mangueira, é? kkkkk
ResponderExcluirAbraços, meu querido amigo
João
Hahaha...
ResponderExcluirAdorei!!!
Light... logo pára [ou parou \o/]
Abraços carinhosos =)
Parei nada, Nadine. Vou acender o último na vela da extrema-unção.kkkk
ResponderExcluirAbs
joão