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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

OS BOMBEIROS E O BOLO


 No Reveillon de 2001, estava nos Estados Unidos, na casa de minha filha. Havia dias que nevava e ventava muito, fazendo um "frio de congelar rabo de cachorro!" Fui incumbido de preparar o assado e a sobremesa para a ceia de "Ano Novo"e logo de manhã comecei os preparativos. Enquanto eu assava o bolo, saia a todo momento para fumar (sou inveterado) e admirar os enormes flocos de neve que caiam mansamente.
Antes de sair para o trabalho, minha filha deu-me duas recomendações: não falar com os vizinhos pois que eles não se "bicavam" e tomar cuidado com o sistema de alarme pois qualquer fumaça ou calor maior acionaria o corpo de bombeiros e se o alarme fosse falso, teríamos que pagar uma multa de 300 dólares.


(OLHEM O BOLO E AO FUNDO O MAÇO DE MALBORO LIGHT)

Lá pelo meio dia, o bolo já estava pronto, lindo, todo enfeitado com glacê e morangos. Coloquei-o numa bancadinha de granito, bem debaixo da vidraça da cozinha e fui cuidar do assado. Liguei o forno no máximo pois o pernil era dos grandes e saí para fumar novamente. Por lá é costumeiro ter duas portas  na cozinha, uma de madeira e outra "mosquiteiro". Como as tragadas seriam rápidas, saí sem o casaco, apenas com um cachecol. Aconteceu que a porta se fechou, com o trinco de trava virado e lá fiquei eu trancado prá fora, num frio de 30 graus negativos.
 "Maldito vício, e agora, que fazer?!" Forcei todas as portas e janelas mas estavam perdidamente cerradas para mim. Tentei  proteger-me num chalezinho do quintal onde meu genro guarda seus apetrechos esportivos mas, sem aquecimento, era mais frio que lá fora.
 Sai pela rua e entrei no Duty Free  da esquina. Comprei um Malboro Light,  tomei um café horroroso servido num copo enorme e fiz horas por alí até quando a dona começou a olhar feio. Saí, mesmo porque não tinha mais dinheiro para comprar nada.
]
Bem; encurtando a estória, depois de umas três horas fiquei desesperado pois os pés estavam formigando, o nariz e orelhas não podiam ser tocados com perigo de se quebrarem. Olhei para o pequeno vitrô da cozinha e pensei: é melhor comprar outra janela que morrer congelado. No momento em que ia bater a barra de ferro na vidraça, ação que iria me salvar mas inevitavelmente, destruir meu bolo que estava bem embaixo, ouvi o alarme disparando: "Meu Deus, o assado deve estar queimando e enfumaçando a cozinha!"


 Assim como Marta, eu pensei, abaixando o ferro: "relaxe e goze..." Em questão de minutos os bombeiros (eram em seis) chegaram, naquele estardalhaço. Antes que esticassem as mangueiras, consegui explicar o ocorrido. Com suas ferramentas, abriram a porta, desligaram o alarme e acionaram o sistema de ventilação. Antes que eles me dessem uma lição de moral ou multa, ofereci um pedaço do bolo que realmente tinha uma aparência apetitosa. 


Não só aceitaram como devoraram quase o bolo inteiro.
Enquanto entrava na banheira de água quente pensei, aliviado: "Dessa eu me safei mas e agora, como fazer com a sobremesa?" Resolví fazer às pressas um pudim de claras e com as gemas, preparei um quindão que ficaram prontos quando os convivas já estavam chegando.


De qualquer forma foi um sucesso e vou passar as receitas:
 PUDIM DE CLARAS COM DAMASCOS: 12 claras; 24 colheres de açucar; 1 colher (chá) de pó royal; 2 colheres (sopa) rasas de maizena; damascos ou raspinhas de limão.  Bater as claras em neve (numa vasilha grande), colocar o açúcar aos poucos, o fermento, a maizena e os damascos (afervente-os, antes, em água com açucar e bata no liquidificador até formar uma massa) ou as raspinhas de limão. Bater bastante, por uns 10 minutos. Unte uma forma grande (de buraco no meio)com margarina e açúcar. Assar em "banho-maria" e desenformar ainda quente, espalhando por cima um creme de baunilha. Creme de baunilha:1/2 litro de leite; 1 gema desmanchada no leite frio; 4 colheres de açúcar, 4 ou 5 gotas de baunilha e 2 colheres de maizena desmanchada em um copo de leite frio e acrescentada à mistura um pouco antes da fervura. Mexer bem.
 QUINDÃO: 12 gemas mais dois ovos inteiros; 3 colheres cheias de manteiga ou margarina sem sal; 2 xícaras de açúcar; 1 pacote de coco ralado (ou Flococo). Misturar todos os ingredientes, sem bater e levar ao forno em forma untada com bastante manteiga e polvilhada com açúcar. Assar em "banho-maria"

6 comentários:

  1. Caro amigo João!
    Já admoestei a lambisgoia da Agrado e disse-lhe ainda que ela pode tirar o "cavalinho da chuva", porque ela ficou sôfrega para "conhecer" os seis bombeiros do tio Sam!!!!
    Caloroso abraço! Saudações abrasadoras!
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Diadema-SP

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  2. Amigo adoro suas histórias!Fiz uma homenagem ao seu livro e suas delícias no meu blog,já viu?
    Bjs.

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  3. Oi, Lília, querida! (posso te chamar assim, né/ Com todo o respeito devido).
    Obrigado pela deferência. Vou lá ver...
    Abraços
    JB

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  4. Professor, essa tua amiga é chegado numa mangueira, é? kkkkk
    Abraços, meu querido amigo
    João

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  5. Hahaha...

    Adorei!!!

    Light... logo pára [ou parou \o/]

    Abraços carinhosos =)

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  6. Parei nada, Nadine. Vou acender o último na vela da extrema-unção.kkkk
    Abs
    joão

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