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"Crenças e Desavenças" - Editora Baraúna
"Qual será o Sabor da crônica?" - Editora Baraúna
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

AS COSTUREIRINHAS DA SINGER

Em 1903 chegaram ao Brasil as famosas máquinas de costura "SINGER". Até então, as pobres costureiras tinham que "tocar a máquina" por meio de uma manivela manual (lembro-me delas ainda, eram umas belezinhas!).

As novas máquinas "SINGER", e posteriormente chegaram as italianas "PFAFF" (acho que é assim que se escreve), tinham pedais, deixando, dest'arte (gostaram) as mão das costureiras à vontade para trocar linhas, deslizar o tecido, chulear, bordar ou... acariciar alguém.

Provocaram uma verdadeira revolução no ramo das confecções que se expandiu rapidamente, necessitando contratar mãos de obra femininas e especializadas. Mas, buscar onde essa mão de obra especializada?!

Naquela época mulher casada e "direita" não trabalhava fora do lar e a saída, então, foi contratar todas as mulheres levianas, desquitadas, largadas do marido, regateiras, desfrutáveis, janeleiras, de rótulas e viuvinhas já consoladas.

Pois bem, essas pobres coitadas não tinham quem as sustentasse ou aos seus filhos. Muitas eram desprovidas de beleza ou coragem para irem "batalhar" nos bordéis, que proliferavam naquela época, com suas prostitutas importadas, francesas e polacas, principalmente .

Ganhavam seu dinheirinho a duras penas mas ficavam "faladas" no bairro. Foi daí que surgiu, à época, o preconceituoso termo popular "ela costura para fora", então, maldosamente usado para designar as mulheres que agiam de forma mais liberal
Elas levavam uma vida pobre e pobres também eram suas marmitas, feitas às pressas; no cardápio eram constantes as batatas _ batatas cozidas e recheadas com mortadela e queijo. Para que as batatas não se abrissem elas as envolviam em linhas.

Minha mãezinha, penso eu, nunca "costurou prá fora" (apesar de ter uma PFAFF lá em casa)) mas fazia com muita frequência essa iguaria deliciosa, denominada de:

Batatas de Costureira: Cozinhe na água com sal umas seis batatas grandes, com a casca (antes, dê umas furadinhas com um alfinete ou garfo). Ainda mornas, retire toda a casca e parta-as ao meio. Recheie-as com uma fatia de mortadela (ou presunto) e outra de queijo prato (ou mussarela). Enrole-as em linhas (ou enfie um palito), prendendo as duas partes. Passe-as no ovo batido (um ou 2 ovos inteiros, batidos com 3 colheres de água e uma pitada de sal) e depois na farinha de rosca. Frite-as em óleo bem quente, até ficarem douradas. Acondicione-as (chic) numa travessa forrada de guardanapo, para absorver o excesso de gordura. Sirva-as ainda quentes como as tais costureirinhas das máquinas Singer...

6 comentários:

  1. Caro confrade e amigo João!
    Que deleite ler mais uma imperdível crônica de sua autoria!!!...
    Pobrezinhas destas valorosas costureiras, porque além de terem a tarefa de operar as máquinas de costura, estas destemidas mulheres eram estigmatizadas pela sociedade!!!!... Sua supimpa crônica meu fez lembrar de máquinas de lavar roupas!!!... Quando eu era pequenino na minha casa tinha uma máquina de lavar roupas da marca Bendix (lembra do programa televisivo de contos de fadas intitulado "Histórias Maravilhosas Bendix", apresentados pela insulsa Shirley Temple, já adulta?!...)!!!... Meu folguedo dileto era ficar girando os botões da máquina de lavar roupas!!!... Claro que eu fazia esta traquinagem longe dos olhares coercitivos da minha adorada e saudosa mãe, porque se fosse pego em flagrante delito a sova era certa e dolorida!!!!... Que saudades deste tempo, que nunca, jamais, em tempo algum voltará!!!!...
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Diadema-SP

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  2. Caros(as) confrades!
    Não deixem de ler o imperdível livro de crônicas do nosso querido confrade e amigo João, intitulado "Crenças e Desavenças"!!!... Nem preciso dizer que a leitura do livro é obrigatória!!!... Eu o li de supetão!!!... Vou açular a curiosidade de vocês, porque vocês precisam conhecer a história da calcinha escondida no caixão, bem como da família que não tinha hábitos de higene e cozinhava alimentos em utensílios que tinham a finalidade de coletar os dejetos não aproveitados pelo nosso organismo, além é claro de outras imperdíveis crônicas!!!... O livro tem um preço bem acessível em torno de R$25,00!!!... Reitero, não deixem de ler!!!...
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Diadema-SP

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  3. GANHEI UMA SINGER PORTÁTIL,MAS COM MOTORZINHO COM LUZ E TUDO UMA AMOR! PERTENCIA A MÃE DE UMA QUERIDA AMIGA E VIZINHA.DEPOIS, GANHEI OUTRA,ESTAVA CHORANDO AS PITANGAS E UMA VELHINHA ME DEU, DISSE: FAÇA PANINHOS DE PRATOS E VC VAI GANHAR ALGUMA COISINHA PARA SOBREVIVER",EU QUASE FUI PRÊSA,CONFISCARAM MEUS PANOS DE PRATO NA RUA tudo nestea cidade nojenta tem de ter o alvará da Prefeitura eles querem um pedaço até de sua esmola.P Prefeito é gay. AS DUAS ESTÃO AQUI E EU NADA SEI FAZER, FAREI UM CURSO, MAS EU NÃO QUERIA APRENDER GRANDES COISAS, EU SÓ QUERIA PASSAR COSTURA NAQUELAS PARTES DAS CALÇAS DO MEU MARIDO QUE ABRE O TEMPO TODO E VIRE E MEXE(ELE É CARTEIRO) TA ELE COM as calças descosturadas passando vexame. QUE INFERNO!mAS ME DEU UM BRANCO HOJE E NEM REPASSAR AS COSTURAS EU CONSEGUI ESTOU VIRANDO UM FRACASSO.E pra ser menina de bordéu não dá mais,se não eu ia ,porque viver está insuportável!

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  4. kkkk, vc fez-me lembrar de uma crônica que está em meu livro. A "Tiuca" que era costureira, com máquina de luz e tudo. Pega o livro e releia.
    Abraços

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  5. Olá João..

    Ganhei o livro Crenças e Desavenças do amigo e professor João Paulo de Oliveria.Gostei tanto do livro que já fiz minha encomenda, para presentear amigos. Além de bons contos, tem receitas de dar água na boca. Já fico esperando o proximo livro.
    Quanto à maquina Singer, minha mãe ainda tem uma, que trouxe da santa terrinha. Não é manual, mas é um modelo bem antigo e ainda pedala.
    Você tem boa prosa e vivas lembranças.
    Sucesso sempre..

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  6. Obrigado, Cristina e volte sempre
    Grande abraço

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