LEIAM MEUS LIVROS

"Crenças e Desavenças" - Editora Baraúna
"Qual será o Sabor da crônica?" - Editora Baraúna
Cada título contém 40 crônicas e pequenos contos de pura alegria com o mesmo número de receitas "que dão certo". Pedidos através:
www.editorabarauna.com.br - www.livrariacultura.com.br - jbgregor@uol.com.br

segunda-feira, 8 de março de 2010

"A DAIDE"

Meu amigo João Paulo falou sobre a saudosa cantora Nora Ney, hoje, em seu Blog "CELULOIDE SECRETO, OU OUTRO VIÉS!..." daí entao, lebrei-me de uma crônica que escrevi, por ocasião do falecimento de minha querida irmã, em OUT/2008. Apesar de melancólica, vou postá-la aqui para vocês, meus amigos.

"Vamos Falar de saudade, que eu hoje estou prá chorar...”

Assim cantava Nora Ney, grande sucesso do final dos anos 50 e inicio dos 60.

E é dessa época que me vem as melhores lembranças de minha querida irmã, Maria Adelaide, cuja vida, na semana passada, foi tragicamente ceifada sob as rodas de um veículo qualquer.

Lembro-me dela cuidando de nós, seus irmãozinhos mais novos, de uma forma extremamente carinhosa e alegre. Sempre cantando e sorrindo, dando-nos o banho diário, penteando nossos cabelos, vestindo-nos e levando-nos à Igreja ou para passeios.

Recordo, nitidamente, o dia em que me levou ao “Foto 5 minutos” para “tirarmos” o retrato que ilustra esta crônica. Para frustrar sua intenção, eu peguei uma tesoura e cortei um pedaço de minha franja (reparem o detalhe na foto), mas não houve desculpas e fui contrariado. Saí de cara feia, ainda mais por que ela não quis comprar-me um sorvete, alegando que poderia sujar a camisa nova: _Só depois da foto!

Lá em casa, era chamada de “Maria Força e Luz” e ganhou esse apelido após ter subido em um banquinho para tentar consertar uma luminária da cozinha. Levou o maior choque, estatelando-se no chão, sob a vaia de todos os irmãos.

Após a adolescência, seus problemas começaram: Acometida de uma enfermidade auditiva, sofreu muito com as dores e seqüelas das cirurgias pelas quais passou. Casou-se com o único namorado que teve, separou-se ainda nova e voltou para casa com os três filhos pequenos, já com os transtornos que a atormentaram por muitos anos e que tanto fizeram sofrer, também a nós, que a amávamos tanto.

Não obstante seus males, os quais, muitas vezes, deixavam-na alienada da própria existência, era um ser humano maravilhoso e bondoso a ponto de doar tudo o que tinha para os mais necessitados. Fazia visitas diárias aos asilos, velórios, enfermos e amigos. Pela cidade toda, levava a alegria de seu grande coração.

Sua religiosidade não tinha nada das convenções impostas e professava a espiritualidade de uma maneira própria e eclética, freqüentando, com a mesma fé, tanto as igrejas católicas como as evangélicas ou espiritualistas. Onde tinha hinos e orações, a Daide estava presente!

Foi, nesta vida, uma presença marcante para nós e para seus amigos, e creio que sua missão maior foi cumprida: três filhos e netos, exemplares e honrados, que nos deixou para engrandecer ainda mais seu nome e suas lembranças.

Em fim; ela não nos abandonou...apenas foi na frente!

Perdoem-me os leitores mas, pelo menos desta vez, não tenho crônicas divertidas para publicar pois só me ocorrem os versos que a Nora Ney cantava...

5 comentários:

  1. Caro confrade e amigo João!
    Somente agora pude embarcar seu imperdível vagão do Expresso Oriente! Não consegui conter as lágrimas, que deslizaram pela minha insulsa face outonal ao saber da existência da sua amada e saudosa irmã Maria Adelaide... Por coincidência neste mesmo fatídico mês e ano também deixou de existir minha adorada e saudosa mãe... Vou postar no meu vagão do Expresso Oriente a missiva póstuma que dediquei a minha adorada e saudosa mãe dois dias após o seu óbito. Sua saudosa e adorada irmã Maria Adelaide me fez lembrar da minha amada irmã Judite, que é sete anos mais velha do que eu.... Quando eu era pequenino, ela era que encapava meus cadernos, que fazia minha matrícula na escola, que me deixava limpinho e cheiroso. Quando ela começou a trabalhar como operária na Valisarie, nunca deixava de me trazer chocalates e outros mimos!!!... Eu adoro minha irmã Judite!!!... Se você pesquisar no meu espaço cibernético a verá, ao meu lado, da minha amada irmã Dirce e do meu amado irmão Raimundo!!!!...
    Caloroso abraço!!!... Saudações solidárias!!!...
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Diadema-SP

    ResponderExcluir
  2. Assim é a vida, meu caro amigo. Porém, feliz aquele que tem boas lembranças...
    Abraços
    João

    ResponderExcluir
  3. Caro amigo João..

    Também me emocionei ao ler o relato carinhoso sobre a sua irmã Daide.
    Creio que ela desfruta de em lugar privilegiado, nas esferas superiores, onde continua o seu trabalho de ajuda aos necessitados.
    Deus a chamou por estar precisando mais dela lá em cima do que aqui na terra.
    Feliz aquele que parte desta vida, deixando bons exemplos, bons frutos e boas lembranças..
    bjins.

    ResponderExcluir
  4. Portuga querido, só esta frase valeu toda a sua linda e comovente crônica vou plageá-la:" ela não nos abandonou...apenas foi na frente!"
    Ah! JOão nós tivesmos uma vida tão boa né?Eu adorei você com aqela franginha a la sérginho,bem gay KKKKK(brncadeirinha)
    Não consigo achar os figos querido....

    ResponderExcluir
  5. thais, que história é essa "a la Serginho"? Seria o cantor Paulo Sérgio (horrível)?
    Joao

    ResponderExcluir