


O último deles,o Dodô Goiaba (vendia goibas na rua, com um carrinho de pedreiro) era um pouco mais novo e alcoólatra, batia nela e ainda torrava toda a pensão que a mulher recebia do finado marido. Os filhos viviam brigando com a mãe e enxotavam o velho safado da casa deles. Tanto fizeram que Gilda largou tudo e foi morar com o amante numa casinha de dois cômodos.
"Faço de tudo mas não vivo sem homem" dizia ela.
A Zilda, por sua vez, demorou muito para se casar; seu desejo era ser freira, porém, lá pelos 25, cedeu à insistência de seu Jacinto, viúvo com três filhas e dono de um pequeno açougue. Tiveram mais quatro filhas e ela deu um duro danado na vida para criar as 7 meninas, cuidar da casa e ainda ajudar o marido no açougue.
"Faço de tudo mas não vivo sem homem" dizia ela.
A Zilda, por sua vez, demorou muito para se casar; seu desejo era ser freira, porém, lá pelos 25, cedeu à insistência de seu Jacinto, viúvo com três filhas e dono de um pequeno açougue. Tiveram mais quatro filhas e ela deu um duro danado na vida para criar as 7 meninas, cuidar da casa e ainda ajudar o marido no açougue.

Ela resolveu tocar o açougue sozinha e assim, levantando todo dia às três da matina, destrinchando bois, enchendo linguiças e fazendo torresmos ela conseguiu criar as filhas até o ponto em que elas conseguiram ajudá-la também.
Bom, mas as duas senhoras morreram no mesmo dia e foram vizinhas de velório.

De repente, irrompe na sala de Zilda o velho Dodô Goiaba, tão bêbado que nem percebeu que entrara no velório errado. Abraçou o caixão de Zilda desandou a gritar: "Gilda, meu amor! O quê aconteceu com você, minha velha?! Ainda ontem nós dançamos prá burro e agora tá aí, branca como um bicho de pau-podre!" As filhas da santa defunta ficaram pasmas, quase que sem ação. A mais velha recuperou-se mais rapidamente e disse, de uma forma educada, ao bebum: "Meu senhor, essa defunta é a Zilda,minha mãe, o velório da Dona Gilda é na sala ao lado."
O Dodô, num olhar estrábico-etílico contestou, babando: "Como não é a Gilda? Se fui amigado dela por cinco anos não vou reconhecer?! É ela sim; só falta o batom de puta. Passa batom nela prá ver se melhora essa cara de coruja." A platéia ficou silente (gosto desta palavra) até que um dos parentes conseguiu colocar o Dodô prá fora.
Entrou na outra sala e recomeçou: "Ahá, te achei, sem vergonha! Queria ser enterrada sem me ver, né?" E deu corda à falsa cantilena de desespero até que um dos filhos da Gilda deu um sopapo no homem, vociferando: " Que você veio fazer aqui, seu safado? Já não chega o tanto que explorou minha mãe?!"

Essa eu assistí e posso confirmar! E a receita de hoje, foi-me dada pela Gilda, num churrasco que fizemos em Passos/MG. É uma farofa super prática e saborosa:

Caro amigo João!
ResponderExcluirSerá que se o Dodó não tivesse sob os efeitos de substâncias etílicas teria proferido as considerações sobre a Gilda?!...
Caloroso abraço! Saudações farofaianas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP
Sabrá Diós!
ResponderExcluirAbraços
João
Criativo demais, João! Parabéns pelo espaço. Virei fã.
ResponderExcluirAbraço poético.
Obrigado, Dhenova! Também estive em teu Blog e gostei demais. Muita sensibilidade e talento.
ResponderExcluirAbraços
João