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terça-feira, 29 de junho de 2010

O SACO DO PADRE

Hoje, 29 de Junho, é o dia de São Pedro: o santo das chaves, o santo pescador, o santo do galo da meia noite, o santo que negou conhecer o Cristo por três vezes, o santo apóstolo, enfim... o santo que era pedra e que sobre uma pedra fundou a Igreja de Cristo. E por causa desse santo, cortei profundamente minha mão e até hoje trago a cicatriz! Foi assim...

Lá nos cafundós de Minas Gerais, meu amigo resolveu festejar S.Pedro e convidou o padre da cidadezinha para conduzir as rezas. O padre trouxe junto os membros da comunidade, ou seja, grande parte da cidade pois que, lá, não havia mais que 2 mil habitantes. Vieram em 3 caminhões, o primeiro lotado de mesas, cadeiras e barris de chopp e os outros, com as pessoas e respectivos cachorros.

Haviam sacrificados dois garrotes (boi novo); assaram as costelas e com o restante da carne fizeram almôndegas (armonga, como se dizia por lá). Também tinha macarronada (de carne moída) e salada de alface com cebola. A comida era tanta que foi cozida em grandes tachos, sobre vários fogões de cupim (arrancaram os cupinzeiros do pasto, cortando um tampo e fazendo um buraco por debaixo para acenderem a lenha)... e o chopp corria solto!

O padre era desses moderninhos, sabia tocar violão e cantar muito bem. Já meio zoadão, vestiu uma bermuda larga e sentou-se num toco de árvore para dedilhar o violão, cantando mansamente. Conforme foi juntando gente, o pároco foi se animando e emendou-se a cantar músicas profanas, sambas, boleros, aché, etc. Bebeu e cantou tanto que ao final, não aparecia para fazer o terço.

Finalmente foi encontrado na casa da caseira, escarrapachado na varanda, com as pernas abertas, saco à mostra, saindo pelas bermudas. A caseira, chamada Rosa, era uma mineirinha miúda e despachada, muito amiga minha. Quando viu o padre naquela situação, piedosamente, empurrou o saco dele para dentro da bermuda e cobriu as pernas do coitado com a capa de um tanquinho "Colormaq" que ela tinha na varanda.

O Pedro, marido dela, era um caseiro muito bom e trabalhador mas se bebia, "virava um corisco". Quando viu o ato da mulher, deu-lhe um safanão que a jogou longe. Ao mesmo tempo, pegou da cozinha uma faca ameaçando cortar a garganta da esposa e de quebra, o saco do padre! Tivemos que segurá-lo e quando eu tentava arrancar a faca de suas mãos, levei o maior corte sendo que até hoje,não tenho sensibilidade no polegar da mão direita.

"Mangia Bambino!" Quando éramos crianças, minha avó Victa costumava fazer uma macarronada com molho de almôndegas (ela dizia "polpettas") que era uma desgraça de tão boa e hoje, almoçando no "CIA DE MINAS" em Casa Branca, a Leila, dona deste restaurante divino, ensinou-me a fazer o mesmo prato que vou passar para vocês:

TAGLIERINE OU FETUCCINE AO MOLHO DE POLPETTAS:

Cozinhar um pacote do macarrão em água, sal grosso, algumas folhinhas de sálvia e manjericão. Não acrescentar azeite, pois esse dificulta a adesão do molho à massa.

Para as almôndegas -700 gramas de carne moída; 1 cebola média; 4 dentes de alho; 1 ovo inteiro; 2 colheres (sopa) de farinha de trigo; 1 paio (ou calabresa); 1 colher (sopa) de azeite; 1/2 limão; salsinha, sal e pimenta a gosto. Bater no liquidificador a cebola, o alho e a salsinha. Juntar o paio e dar uma leve batida (para moer apenas). Misturar (em uma tijela) com a carne moída e demais ingredientes (a farinha serve para dar liga). Enrolar as polpettas em bolas do tamanho daquelas de ping pong. Fritá-las em óleo bem quente e reservar.

Para o molho: 6 a 8 tomates maduros, sem sementes e sem pele (espete os tomates em um garfo, encoste-os na chama do fogão que a pele sai com facilidade). Pique-os em quatro e refogue em óleo, 1 cebola grande, picadinha, salsa e uns 4 dentes de alho amassados. Acrescente água fervente, 2 colheres de molho inglês e 1 folha de louro. Tempere com sal e pimenta a gosto deixando no fogo até apurar bem( se quiser mais cor, acrescente 1 colher de extrato de tomate ou de colorau). Junte as almôndegas ao molho e jogue sobre o macarrão pré-cozido. Espalhe queijo ralado e sirva bem quente

3 comentários:

  1. Caro amigo João!
    Ché, acho que este padre era também da Ordem dos Beatos sem ceroulas!
    Caloroso abraço! Saudações angelicais!
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Diadema-SP

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  2. Credo João, então essa historia foi mesmo real! Vc se mete em cada uma eim? Quase perde o dedo por causa do saco do padre, rsssss..
    Tragédia mineira essa!!...
    Esse macarrão é o meu preferido. Ai q vontade me deu!!!To salivando..
    bjos migo..

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  3. Olha cris: Tá aqui meu dedão que não me deixa mentir!
    Abraços, amiga!
    João

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