
Então... os dois ficaram sem conversar por uns três dias e eu no meio tentando apaziguar. Num sábado, porém, fomos até Gramado e fiquei encantado com aquela cidade. Até então eu não conhecia a
Europa e nem a América do Norte e imaginei que assim seriam as cidades naqueles continentes frios, com suas casinhas de madeira, jardins coloridos e tetos inclinados para o escorrimento da neve.

Estávamos eu e o Tininho a tirar fotos, enquanto o Valter abastecia o carro, e nem percebemos a aproximação de três ciganas que se dirigiram a nós com aquela fala aguda e extravagante, cheia de chiados. Eu que nunca gostei dessas estórias de ler a sorte, videntes e cartomantes, fui afastando-me aborrecido mas o Tininho ficou
enroscado com a mais velha delas. A cigana pediu-lhe a nota mais alta que ele tivesse na carteira, pois com ela faria um sortilégio que, no futuro, faria dele um milionário.

Sem coragem de safar-se, ele entregou para a mulher uma nota de quinhentos cruzeiros (valia bastante) e enquanto tagarelava apressadamente com as outras duas, deixando-o meio zonzo, ela sacou um crucifixo da faixa amarela que trazia à cintura e começou uma espécie de benzimento sobre o dinheiro. Ao mesmo tempo em que benzia, ia dobrando a nota em quadrados cada vez menores, até que a mesma desapareceu de suas mãos. Guardando novamente o crucifixo, elas foram se afastando apressadamente.
Nesse meio de tempo, o Valter chegou e narrei-lhe o fato. Ficou uma arara de bravo, montamos no fusca e saímos ao encalço das gitanas. Ficamos no carro enquanto ele partiu para cima delas. Agarrou a buena dicha e por força de uns safanões e tapas na cara, ele conseguiu recuperar a grana.
Ficamos horrorizados com a violência do colega e com as maldições que as ciganas nos lançavam. Só compreendi quando pronunciaram mala suerte!...malo hado! ...manos marchitas!

O Valter perguntou-me o que elas diziam e respondi: “que tuas mãos vão ficar secas...”
Durante todo o trajeto de volta à Porto Alegre, o Tininho quase não abriu a boca, de tão assustado. Chegando ao Hotel, o Valter deu-lhe um abraço, pediu desculpas e tudo se assossegou.
Arroz Cigano: 2 copos de arroz lavado e bem escorrido; 4 colheres (sopa) de óleo; 4 dentes de alho bem picadinhos; 1 cebola pequena bem picadinha; 1 colher (de sobremesa) rasa de sal; água fervente para o cozimento. Frite o alho e a cebola no óleo até ficarem queimadinhos (marrom mesmo). Junte o arroz e frite bastante, mexendo sempre. Acrescente o sal e frite mais um pouco. Ponha a água fervente (até uns dois dedos acima dos grão de arroz). Abaixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhar
É ótimo, não leva muito sal e com um sabor irresistível
Aguardando ;)
ResponderExcluirJá disse que adorei os contos acompanhados de receitas?! rs...
Beijo =)
Olá, Nadine!
ResponderExcluirSaiu com alguns errinhos mas já os consertei.
Tenha uma boa noite.
João
Caro amigo João!
ResponderExcluirNeste tipo de abordagem o difícil é se livrar das ciganas.
Caloroso abraço! Saudações sugestivas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP
Pos é!A gente não deve parar, pois se elas começarem a nos envolver, caímos como moscas na teia de aranha!!
ResponderExcluirAbs
joão
Caro amigo.
ResponderExcluirEssas ciganas são matreiras. A maioria muito bonita, mas mal cuidadas, pela vida cigana que levam. E usam dessas artimanhas para tirar dinheiro dos turistas.
Certa vez quase caimos no conto de uma delas na balsa de travessia para a Ilha de Itaparica.
Esse arroz é quase igual ao que normalmente fazemos, só que precisa queimar bem o alho!!? Vou experimentar.
Obrigada
Até ficar marronzinho. Depois vc frita o arroz mais um pouquinho, acrescenta o sal (bem menos do que está acostumada, pois será o alho que dará o sabor).Depois da água fervente, misture bastante até desgrudar tudo da panela e a água tomar uma cor morena. Depois de cozido, acrescente salsa picadinha.
ResponderExcluirMuito bom
Abs
João