LEIAM MEUS LIVROS

"Crenças e Desavenças" - Editora Baraúna
"Qual será o Sabor da crônica?" - Editora Baraúna
Cada título contém 40 crônicas e pequenos contos de pura alegria com o mesmo número de receitas "que dão certo". Pedidos através:
www.editorabarauna.com.br - www.livrariacultura.com.br - jbgregor@uol.com.br

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

EASY RIDER - PARTE IV (AS CIGANAS DE GRAMADO)

 Então... os dois ficaram sem conversar por uns três dias e eu no meio tentando apaziguar. Num sábado, porém, fomos até Gramado e fiquei encantado com aquela cidade. Até então eu não conhecia a  Europa e nem a América do Norte e imaginei que assim seriam as cidades naqueles continentes frios, com suas casinhas de madeira, jardins coloridos e tetos inclinados para o escorrimento da neve.

 Estávamos eu e o Tininho a tirar fotos, enquanto o Valter abastecia o carro, e nem percebemos a aproximação de três ciganas que se dirigiram a nós com aquela fala aguda e extravagante, cheia de chiados. Eu que nunca gostei dessas estórias de ler a sorte, videntes e cartomantes, fui afastando-me aborrecido mas o Tininho ficou enroscado com a mais velha delas. A cigana pediu-lhe a nota mais alta que ele tivesse na carteira, pois com ela faria um sortilégio que, no futuro, faria dele um milionário.

 Sem coragem de safar-se, ele entregou para a mulher uma nota de quinhentos cruzeiros (valia bastante) e enquanto tagarelava apressadamente com as outras duas, deixando-o meio zonzo, ela sacou um crucifixo da faixa amarela que trazia à cintura e começou uma espécie de benzimento sobre o dinheiro. Ao mesmo tempo em que benzia, ia dobrando a nota em quadrados cada vez menores, até que a mesma desapareceu de suas mãos. Guardando novamente o crucifixo, elas foram se afastando apressadamente.

Nesse meio de tempo, o Valter chegou e narrei-lhe o fato. Ficou uma arara de bravo, montamos no fusca e saímos ao encalço das gitanas. Ficamos no carro enquanto ele partiu para cima delas. Agarrou a buena dicha e por força de uns safanões e tapas na cara, ele conseguiu recuperar a grana.
Ficamos horrorizados com a violência do colega e com as maldições que as ciganas nos lançavam. Só compreendi quando pronunciaram mala suerte!...malo hado! ...manos marchitas!

 O Valter perguntou-me o que elas diziam e respondi: “que tuas mãos vão ficar secas...”
Durante todo o trajeto de volta à Porto Alegre, o Tininho quase não abriu a boca, de tão assustado. Chegando ao Hotel, o Valter deu-lhe um abraço, pediu desculpas e tudo se assossegou.

 Arroz Cigano:   2 copos de arroz lavado e bem escorrido; 4 colheres (sopa) de óleo; 4 dentes de alho bem picadinhos; 1 cebola pequena bem picadinha; 1 colher (de sobremesa) rasa de sal; água fervente para o cozimento. Frite o alho e a cebola no óleo até ficarem queimadinhos (marrom mesmo). Junte o arroz e frite bastante, mexendo sempre. Acrescente o sal e frite mais um pouco. Ponha a água fervente (até uns dois dedos acima dos grão de arroz). Abaixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhar


É ótimo, não leva muito sal e com um sabor irresistível

6 comentários:

  1. Aguardando ;)

    Já disse que adorei os contos acompanhados de receitas?! rs...

    Beijo =)

    ResponderExcluir
  2. Olá, Nadine!
    Saiu com alguns errinhos mas já os consertei.
    Tenha uma boa noite.
    João

    ResponderExcluir
  3. Caro amigo João!
    Neste tipo de abordagem o difícil é se livrar das ciganas.
    Caloroso abraço! Saudações sugestivas!
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Diadema-SP

    ResponderExcluir
  4. Pos é!A gente não deve parar, pois se elas começarem a nos envolver, caímos como moscas na teia de aranha!!
    Abs
    joão

    ResponderExcluir
  5. Caro amigo.
    Essas ciganas são matreiras. A maioria muito bonita, mas mal cuidadas, pela vida cigana que levam. E usam dessas artimanhas para tirar dinheiro dos turistas.
    Certa vez quase caimos no conto de uma delas na balsa de travessia para a Ilha de Itaparica.
    Esse arroz é quase igual ao que normalmente fazemos, só que precisa queimar bem o alho!!? Vou experimentar.
    Obrigada

    ResponderExcluir
  6. Até ficar marronzinho. Depois vc frita o arroz mais um pouquinho, acrescenta o sal (bem menos do que está acostumada, pois será o alho que dará o sabor).Depois da água fervente, misture bastante até desgrudar tudo da panela e a água tomar uma cor morena. Depois de cozido, acrescente salsa picadinha.
    Muito bom
    Abs
    João

    ResponderExcluir