Além de tímido, era ingênuo também. Antes de nosso primeiro contato intimo, ela me alertou que já não era mais virgem pois, quando pequena, "machucara-se" ao pular uma cerca de bambus. Acreditei piamente e dei graças ao bambu e a partir daí, rolou nossa paixão que durou dois anos.Não há mal que sempre dure e nem bem que não se acabe... e o meu namoro com a Celina , para minha tristeza, uma noite se acabou e de uma forma cômico/trágica. Como já disse em outra ocasião, sempre gostei de bailes e dançar era a minha diversão preferida.
Os chamados "Bailes Havaianos" de hoje, nem de longe fazem lembrar o charme e a importância que tinham esses eventos para nós, adolescentes dos anos 70.

Eram anuais, sempre em Setembro e a preparação começava semanas antes com a confecção dos colares multicoloridos (de papel crepom) e das roupas que, obrigatoriamente tinham que ser a camisa solta, estampada com calças brancas para os homens e os "sarongs" para as mulheres.
Naquele ano de 1971, o Baile aconteceria na sede social do Palmeiras. Minha prima, costureira, havia confeccionado para mim uma camisa estampada de azul com flores brancas e uma calça de cambraia de linho branca bem apertada e com boca de sino (era moda na época).Iríamos a pé até ao clube, pois o carro era meu guarda-chuva. Há dias estava com problemas intestinais, uma diarréia que remédio nenhum curava e mesmo assim fui, pois já tínhamos a mesa comprada e roupas prontas.
Que desespero, meu Deus! Voltar para casa não podia pois já estava longe. Chegar até a casa da namorada, nem pensar!
Lembrei-me que minha prima, a costureira, morava bem perto e corri para lá mas ninguém atendeu à campainha. Pulei o muro e fui até o quintal. Enchi de água o tanque de lavar roupa, tirei a roupa e lavei-me com um sabão de cinzas que encontrei. A calça branca estava completamente perdida e fiquei ali, pelado, tremendo de frio, esperando ela chegar, o que demorou umas três horas. Levou-me para casa e como já era tarde e nem roupa havaiana tinha mais, fui dormir.
No outro dia soube que a Celina, fula da vida, foi ao baile, com alguns amigos. Dançou a noite toda e lá conheceu aquele que veio a ser seu futuro marido. Até hoje ela não sabe o motivo do meu cano, mas se chegar a ler esta crônica, vai ficar sabendo... quase quarenta anos depois!
Pois é, a primeira namorada a gente nunca se esquece...nem a primeira "dor de barriga"...
Meio difícil associar alguma receita a essa crônica mas vou postar um bolo de fubá delicioso, em homenagem a Santo Antônio.
BOLO DE FUBÁ: 4 ovos; 1 copo grande de leite fervendo; 1 pitada de sal; 2 copos de açúcar; 1/2 copo de óleo; 1 copo de fubá mimoso; 1 copo de farinha de trigo e 1 colher (sopa) de fermento em pó. Bater as claras em neve, misturar as gemas e acrescentar os demais ingredientes, aos poucos, misturando bem. Assar em forma de buraco no meio, untada com margarina e farinha. Depois de assado, espalhar açúcar e canela por cima. Se gostar, acrescentar um pouco de erva-doce na massa.


Caro amigo João!
ResponderExcluirChé, esta história da Celina me fez divagar sobre a idade do bambu!!!!...
Caloroso abraço! Saudações bambuzais!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP
Oi, João. Seu blog continua muito bacana. Textos e receita, ambos deliciosos. Obrigado pelo comentário lá meu sítio. Estou te seguindo. Um grande abraço!
ResponderExcluir...Ei!aquele tanque ali é o meu uai!
ResponderExcluirPuxa vida que M né?
Por isso que não creio em livre arbítrio,você não queria ter essa dor de barriga,nem perder seu enontro ,talves ela fosse seu destino...
Quem, a ex-namorada ou a dor de barriga? kk
ResponderExcluirJoão
Oi Marcelo, conterrâneo ilustre!
ResponderExcluirPrazer em vê-lo por aqui.
Grande abraço
João