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quarta-feira, 4 de maio de 2011

O LUIZINHO

 Quando trabalhei em São Paulo, tinha um amigo "gay" (quem nunca teve um, que atire a primeira pedra!). O Luizinho morava no Edifício COPAN, no centro de São Paulo e trabalhava comigo na Seção, de "Informações Gerais". Enquanto eu ficava na mesa, dando informações mais detalhadas, ele ficava em pé num balcão em forma de ferradura, ouvindo música (era o tempo das fitas K-7 BASF) e dando informações sem emitir uma palavra: se o cliente perguntasse onde era o Caixa, ele apontava para a esquerda, com sua caneta BIC; O Jurídico? ele apontava para a direita. E assim era o dia todo.
 Suas noitadas eram quentes e por isso estava sempre sonolento no trabalho. Prá se ter idéia, seu apelido no prédio era "Luíza Felpuda" pois era bastante hirsuto (procure o dicionário...) e morava em plena boca do pecado (esquina da Av Ipiranga com a São Luiz, tendo a praça da República ao lado). Tinha a mania de colecionar relógios antigos e gastava todo seu salário na compra dessas antiguidades e no pagamento dos "bofes" (rapazes de programa, da época).
 Economizava nas roupas e comida, sendo suas refeições, invariavelmente, lanches e salgadinhos vendidos na Praça da Sé ou então os famosos macarrõezinhos "MIOJO" (recém lançados).
 Certa manhã, chegou ao trabalho bastante triste e nervoso e desabafou comigo: "João, ontem dormi com um cara que acabou levando meu roscófe embora!" Achei que era brincadeira obscena dele mas ao mesmo tempo fiquei na dúvida, já que estava tão nervoso. Perguntei-lhe: "Mas como é possível alguém levar o roscófe da gente?! Por acaso o teu é removível?" Ele foi ríspido na resposta: "Não vem com brincadeira não, estou puto da vida pois aquele relógio era de 1883, caríssimo e com mostradores de ouro!"
Foi daí que ele me explicou que "ROSKOPF" era a marca de um famoso relógio suiço, inventado por um alemão chamado Georges Roskopf.
E já que stamos falando em invenções de alemão, vou passar uma receita de Torta Alemã finíssima, para grandes ocasiões:
 TORTA ALEMÃ:  Recheio: 2 pacotes de bolachas ao leite (Maizena); 6 gemas; 2 xícaras (chá) de açúcar; 500 gr. de margarina cremosa (sem sal); 4 latas de creme de leite (sem o soro); 300 gr. de uvas passas.
Cobertura: 1 lata de creme de leite (sem soro) e 5 colheres (sopa) de Nescau. Levar ao fogo até dar o ponto de brigadeiro e reservar.    Forrar o fundo e os lados de uma forma de aro e fundo removível com as bolachas umedecidas no soro do creme de leite. Na batedeira, bater as gemas e o açúcar até obter uma massa esbranquiçada. Acrescentar a margarina e bater bastante, obtendo uma massa cremosa. Colocar as 4 latas de creme de leite gelado e bater rapidamente. Por último, misturar as uvas passas, colocar o recheio na forma, cobrir com  restante das bolachas umedecidas e levar ao congelador até ficar bem firme. Desenformar a torta (retirando o aro) espalhar a cobertura de chocolate. Enfeitar com cerejas.

2 comentários:

  1. Caro amigo João!
    Não foi o Luizinho que ficou perdidamente apaixonado por um português que conheceu na boite Medieval, que ficava ali na Rua Augusta bem próxima da Avenida Paulista?!...
    Caloroso abraço! Saudações herculepoirotianas!
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Diadema-SP

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  2. Professor,
    Acho que ele não tinha dinheiro pra frequentar essa tal de "Medieval", não! Ele sempre falava de outra boate, "Homo Sapiens", lá pelas bandas da Major Sertório. rsrs
    Abs
    João

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