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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

EASY RIDER - PARTE III (CAXIAS)

  Partindo de Curitiba, fomos diretos, sem escalas, para Porto Alegre. Chegamos à noite e o único hotel do centro onde encontramos vagas ficava (ou fica) bem defronte a um quartel do exército, numa rua feia e escura. Mas era estratégico e barato, considerando-se que somente nos serviria para dormir.

Como não tinha estacionamento, o Valter deixava o fuscão em frente ao portão do quartel , próximo às guaritas e mesmo assim, não dormia direito com medo de que sua condução fosse roubada.
Aliás, ele tinha um luxo tão grande com o veículo que tínhamos que entrar descalços para não sujar os tapetes e a cada passeio ele punha-nos a limpar e a lustrar o fusca. Imaginem o desespero dele quando, numa visita à Caxias do Sul o Tininho aprontou a maior cáca dentro do carro... e foi assim:
  
 Apesar de ser um grande polo de tradição italiana e conservar muitos dos ícones daquela antiga colônia de vênetos, Caxias é uma cidade bem cosmopolita, com inúmeros edifícios e arranha-céus. Não se vê um pássaro na paisagem da cidade, nem mesmo o prosaico pardal, existente em quase todos os continentes. Diz a lenda que isso se deu devido a uma velha prática dos italianos chamada de “passarinhada” que consistia na caçada e degustação de toda a espécie de pássaros de pequeno porte.

 Passamos um dia todo na cidade; visitamos adegas e mais adegas,  almoçando em um restaurante com comidas típicas, ou seja, comida pesada. Enquanto eu e o Valter ficamos no galeto al primo cantoradici com bacon e polenta frita, o Tininho exagerou nas morcelas e codeguins (espécies de lingüiça feitas com a pele, carne ou sangue de porco). Essas iguarias, aliadas aos canecos de vinho tinto transformaram o estômago de nosso amigo num autêntico vulcão em erupção.                                                                                                                                                                                                        
  Na volta, descendo a serra gaúcha, do banco traseiro do carro, irromperam as lavas... Não podíamos parar, pois eram só curvas e mais curvas. Quando encontramos um local de parada, à beira de uma  bica d`água, o Valter arrastou o Tininho para fora aos tapas e o jogou dentro do pequeno tanque da bica.. Os assentos e tapetes  foram retirados, lavados e esfregados mas, o parfun fedegaise impregnou-se de tal forma que por alguns dias só fazíamos passeios curtos, evitando o interior do carro.
Os dois ficaram “de mal” por algum tempo e somente voltaram a conversar na visita à Gramado por força dos sortilégios de um trio de ciganas, estória essa que deixarei para contar-lhes depois.

E agora, adivinhem que receita eu vou passar???

  CODEGUIM AO FEIJÃO : 500 gramas de carne de porco (lombo ou pernil); 700 gramas de couro de porco; 1 colher (sopa) de sal; 1 colher (café) de caldo de pimenta cumari; 1 colher (café) de pimenta calabresa seca; 1 colher (café) rasa de nóz moscada ralada; 2 colheres (sopa) de vinho branco seco; 1 cabeça de alho bem socada (ou batida no liquidificador com o vinho). Comprar as tripas já limpas, frescas ou desidratadas (deixá-las na água por algumas horas para reidratarem). Cozinhar o couro até ficar macio. Moer a carne e o couro (ainda quente) na máquina, com o disco de furos maiores (sai em pequenos cubinhos de meio centímetro) Temperar com os demais ingredientes e encher as tripas com essa massa. Amarrar com barbante, em gomos de mais ou menos 10 cm cada um (dá uns 8). Furar cada codeguim com uma agulha bem fina e colocá-los para cozinhar junto com o feijão. Separá-los somente depois de cozidos.  Servir, individualmente com molhe vinagrate.  It's Wonderfull !!!!

4 comentários:

  1. Meu amigo..

    Se vc tivesse servido essa iguaria no dia de nossa visita a sua casa, eu teria feito uma lambança no carro do nosso amigo,a exemplo do cuscuz e a galinha caipira que sobrou do almoço, por conta da vasilha mal fechada que vazou no banco de trás !
    A esta hora teria um amigo a menos.
    Depois que passa, fica engraçado, mas deve ser trágico e constrangedor sentir dor de barriga na estrada e não ter onde se aliviar.
    Viagem inesquecivel essa....rsss

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  2. Caro amigo João!
    O Valter deve padecer de toque!
    Caloroso abraço! Saudações viajantes!
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Diadema-SP

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  3. Da próxima vez que vierem à São João, vou servir codeguim (por aqui se fala "cudiguim") com feijão.
    kkkk
    João

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  4. Caro amigo João!
    Se ficarmos empanturrrados teremos que pernoitar no seu agradabilíssimo sítio!
    Caloroso abraço! Saudações Codeguimianas!
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Diadema-SP

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