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sábado, 28 de maio de 2011

A GENY

O corpo da Geny era gozado! Parecia uma pera: estreito em cima, grande e redondo em baixo... Era diarista, daquelas bem preguiçosas que somente trabalhava quando dava vontade ou quando estava com alguma prestação atrasada. 
O marido, Divino, carregava sacos em um lavador de batatas.


Antes de se casar, ela ainda era interessante, tipo "boazuda", com a cintura bem fina e quadris largos. Seu apelido era Geny tanajura (aquela formiga bunduda). Por isso, ninguém entendeu quando se casou com o Divino, tão raquítico e sem graça. 
Com o passar dos anos, seu rosto ainda mantinha algo de beleza, mas o corpo virou aquele brejo, com celulites até no dedão do pé...


Tiveram um filho, bem lourinho, muito embora o casal fosse moreno. O povo comentava coisas, mas o Divino não se importava e foi um bom pai. Seu único defeito era beber demais nos finais de semana.
Ver imagem em tamanho grandePassava o sábado inteiro no bar e aos domingos, bebia todas, enquanto assava alguma coisinha para a família. Acomodava o isopor, com cervejas geladas, sobre o tanquinho da esposa e ali ficava até o final da tarde, grelhando tudo quanto era inho ou inha: asinha, fraldinha, coraçãozinho, linguiçinha, costelinha...


Numa dessas tardes, enquanto ele bebia no quintal e a família assistia ao programa "Domingão do Faustão", um ladrãozinho entrou pela janela do quarto. 
Quando a Geny percebeu o vulto, começou a gritar: 
_ Divino! Pega o ladrão... Tá levando minha bolsa!


   O pivete passou rente ao Divino, sem que o mesmo desse conta do que estava acontecendo mas, ao pular o muro, enroscou a bermuda no arame, deixando cair um de seus chinelos. Quando a mulher chegou no quintal, avistou o marido enfiando o chinelo no pé do larápio e ajudando-o a pular o muro.


O Divino perdeu o emprego, recebendo bastante dinheiro com a indenização e o Fundo de Garantia. A Mulher comprou um computador e guardou o resto do dinheiro na poupança. A partir de então, enquanto o marido ficava quase todo o tempo no bar, ela navegava na Internete.


Pelas salas de "bate papo", acabou por conhecer um turco, chamado Aziz. Ele ficou interessado pelo rosto da Geny, chamando-a para passar uns dias em seu apartamento. Doida por aventuras, ela sacou todo o dinheiro do marido e num domingo, mandou-se para São Paulo.


Antes de sair com as malas, ainda foi dar uma última espiada no marido, que acendia a churrasqueira. Ele, já bebum, olhou bem para ela e pediu:
 _ Ô bem, vá fazer um vinagrete, bem caprichado!


O Aziz somente conheceu a Geny do pescoço para cima, pois ela nunca abaixava a Câmera para mostrar o corpo e quando ele abriu a porta, levou o maior susto: _ Você não ser Geny... Aziz non gostar de ser enganada! 
 Além de tarado, o turco era esquizofrênico e sádico. Prendeu a mulher no quarto por uma semana, a pão e água. Com uma faca afiada, ele ameaçava cortar-lhe o nariz e os seios. 
Toda tarde, ela era amarrada, nua, aos pés da cama e levava a maior sova de chicote:     
_ Mulher mentirosa e adúltera, tem que levar chibatada bára abrender!
Ela quase foi morta, em nome de Alah... 


Numa manhã de domingo, depois de ter torrado todo o dinheiro dela, em um cassino clandestino da Avenida Rio Branco, Aziz colocou-a em um ônibus, de volta às origens.

Geny chegou em casa, com a mesma roupa no corpo, completamente zonza e debilitada. Ficou mais de uma hora, na esquina, com medo de enfrentar o marido: "Meu Deus, escapei do turco mas, agora, o Divino me mata!"


 Criou coragem e entrou, bem de mansinho. O marido estava lá, da mesma maneira em que ela o viu da última vez: bêbado e assando linguiças. Ele olhou para a esposa, piscou duas vezes e enrolou as palavras: _ Buta que bariu, ainda não fez esse vinagrede!! 


Em vez de torrar as coxinhas de frango na grelha, é melhor fazê-las no forno, crocantes, anote aí que é bem fácil:
 COXINHAS DE FRANGO CROCANTES: tempere as coxinhas (sem as asas) com sal, azeite, molho inglês, pimenta, cebola e alho batidinhos e meio copo de água. Deixe pegar tempero. Disponha as coxinhas na forma, com um pouco do tempero. Espalhe farinha de trigo por cima de todas, e deixe assar, em fogo médio, até ficarm douradas e crocantes.

5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Blog muito interessante
    Bom fim de semana.

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  3. João, eu conheço todo aquele conteúdo do meu perfil sim, e nem coube todos que eu apologizo a criação. Sua presença é muito bem vida. Abraço de puro agradecimento. Lou Moonrise.

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  4. Lou, eu li e assisti quase tudo aquilo. Agora uma estória que eu jamais me esqueci foi "Vinhas da Ira!, tanto o filme quanto o livro.
    Forte abraço
    Volte sempre
    João

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